Gordura animal

Gordura Suína

São produzidas anualmente 355 mil toneladas de graxa suína, proveniente de abatedouros e destinada principalmente à produção de ração animal.

Um suíno produz, em média, 8 quilos de banha, e cada quilo pode ser convertido em até 750 ml de biodiesel.

No início do processo, é necessário que a gordura esteja livre dos ácidos graxos livres e de umidade. É aconselhável que a matéria-prima passe por um processo de desacidificação, que pode ser realizado através da neutralização da matéria com uma solução básica.

Após, deve ser feita a secagem da gordura para remoção da água, evitando a posterior formação de reações paralelas que originam sabão (e diminuem a eficiência do processo) na etapa de transesterificação do óleo.

Para obtenção do biodiesel, a partir da gordura suína, indica-se a reação da matéria-prima com álcool, catalisada por um agente ácido.

A catalise básica, que é a mais utilizada na maioria dos processos de obtenção do biodiesel, não é indicada, pois a graxa suína tem preferência em reagir com a base e não com o álcool, inviabilizando o processo.

Como a graxa suína apresenta alta viscosidade, pode acabar ocasionando a solidificação do biodiesel.

Para solucionar este problema, sistemas pré-aquecidos ou misturas com óleo diesel podem ser utilizados para manter o líquido menos viscoso e diminuir a solidificação do combustível. 

Para que a venda do biodiesel possa ser realizada, é necessário que algumas especificações sejam seguidas através da Portaria nº. 42 da Agencia Nacional de Petróleo (ANP).


Sebo Bovino

 

O sebo bovino apresenta-se como uma opção de matéria-prima para a produção de biodiesel, por ser constituído por triglicerídeos que têm em sua composição ácido palmítico, esteárico e oleico, representando aproximadamente 30%, 25% e 45%, respectivamente, dos componentes do sebo, sendo essenciais para a produção do biodiesel.

Cerca de 1,560 milhão de toneladas de sebo bovino são produzidas no país a cada ano e cada quilo de sebo pode gerar até 800 ml de biodiesel.

Para que o sebo bovino tenha condições favoráveis de aplicação na produção do biodiesel, é necessário que a umidade e a acidez livre sejam as mínimas possíveis. Etapas como desumidificação e neutralização podem ser realizadas.

A neutralização pode ser feita com solução alcalina de hidróxido de sódio ou potássio. Ocorre a saponificação dos ácidos graxos livres, formando uma borra que deve ser separada, através da decantação. 

O produto é lavado com salmoura (água + sal) e a desumidificação é realizada através do processo de secagem. A maioria dos processos estabelece acidez e umidade máximas de 0,2% e 0,1%, respectivamente.

Na produção do biodiesel, o sebo bovino deve estar líquido. Recomenda-se o transporte em sistema aquecido, pois a 45ºC o sebo se apresenta em fase sólida.

Para tornar o processo mais acessível, faz-se a mistura do sebo com óleo de soja, diminuindo o ponto de congelamento do sebo, que passa de 12 ºC para 6 ºC com a mistura ao óleo vegetal. Assim, os gastos com aquecimento podem ser minimizados.

A produção do biodiesel de sebo já foi aprovada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e as especificações para venda do combustível devem ser seguidas através da portaria ANP nº. 42.

Este tipo de biodiesel não é indicado para exportação em países de clima frio, pois, em temperaturas menores que 5ºC, precipita a gordura.


Óleo de Aves

 

Atualmente, são produzidas no Brasil em média 218 mil toneladas de óleo proveniente de gorduras de aves por ano.

Essa produção pode suprir entre 12% a 20% da matéria-prima necessária para geração da mistura de diesel com 2% de biodiesel (o B2), obrigatórios a partir de 2008.

O resíduo de óleo de aves deve passar por um pré-tratamento, como filtração ou decantação, para remoção de material sólido.

A acidez do óleo pode ser diminuída através de uma extração com etanol, ou por uma reação de neutralização anterior à reação de transesterificação.

O óleo produzido é de boa qualidade e geralmente está adequado às especificações da Portaria ANP nº. 42, que deve ser seguida em caso da venda do produto obtido, assegurando um combustível dentro das normas e padrões de qualidade.

0 Comentários

Deixe um Comentário

Your email address will not be published.